terça-feira, 8 de abril de 2008

Adam Smith

“Pouco mais é necessário para erguer um Estado, da mais primitiva barbárie até o mais alto grau de opulência, além de paz, de baixos impostos e de boa administração da justiça: todo o resto corre por conta do curso natural das coisas.” (Adam Smith)

Mitos da globalizacao

Texto por Wagner Lenhart
Os 5 mitos sobre a globalização
A globalização destrói empregos A política comercial não afeta o número de empregos, mas afeta o tipo de empregos que as pessoas têm. Se o protecionismo aumenta o número de empregos em indústrias que competem com importações, ele reduz de forma correspondente o número de empregos em indústrias exportadoras, ou seja, nas indústrias que produzem bens que teriam sido trocados por bens que teriam sido importados mas que são agora mais caros devido às tarifas ou excluídos por quotas. As exportações são, afinal, o preço que pagamos pelas importações, tal como as importações são o preço que os estrangeiros pagam pelas nossas exportações, de tal forma que se reduzirmos através de uma tarifa o valor de bens importados, reduziremos também o valor de bens exportados para pagar essas importações. Isso se traduz numa perda de empregos nas indústrias exportadoras.
A globalização direciona o capital para onde os salários são mais baixos e explora os trabalhadores mais pobres Se fosse verdade que os fluxos de capital se dirigem para onde os salários são mais baixos, seria de esperar que Burkina Faso e outros países pobres com baixos salários estivessem inundados de investimento externo. A afirmação tem implicações tangíveis, o que permite que a testemos. Durante a década de 1990, 81% do investimento direto estrangeiro dos Estados Unidos foi para três partes do mundo: o desesperadamente pobre Canadá, a empobrecida Europa Ocidental e o faminto Japão. Países em desenvolvimento (com salários em crescimento) como a Indonésia, o Brasil, a Tailândia e o México representaram 18%. O resto do mundo, incluindo toda a África, repartiu o 1% restante. Os investidores colocam o seu capital nos locais que lhes oferecem os maiores retornos e, em geral, isso acontece onde os salários são mais altos, não mais baixos. Além disso, as empresas estabelecidas por investidores externos tendem a pagar salários mais altos do que as empresas locais, porque os estrangeiros querem atrair e reter os melhores trabalhadores.
A globalização origina uma deterioração dos padrões ambientais e laborais Outra falácia é a de que o capital flui para onde os padrões ambientais e laborais são mais baixos. Mas verifiquemos os fatos. Os investidores investem nos locais onde os retornos são maiores, onde a mão de obra é mais produtiva, onde as pessoas são, consequentemente, mais ricas – e as pessoas mais ricas tendem a exigir melhores, e não piores, condições ambientais e laborais. Os dois casos mais citados como exemplos de efeitos supostamente negativos sobre o ambiente dos acordos comerciais – os do “atum/golfinho” e “camarão/tartaruga” – revelam uma melhoria, não uma deterioração, na medida em que outros países adotaram os padrões legais dos Estados Unidos para proteger os golfinhos e as tartarugas. O mesmo se aplica às condições laborais. Os postos de trabalho nas empresas propriedade de estrangeiros são geralmente muito procurados, porque pagam melhores salários e oferecem melhores condições laborais do que as alternativas domésticas.
A globalização cria uma cultura norte-americana homogênea em todo o mundo É mesmo verdade que os Estados Unidos são culturalmente atraentes e que algumas pessoas – geralmente das elites – se opõem a isso. Mas consideremos a moda que tomou todo o mundo, o pequeno mago inglês Harry Potter, ou a loucura que se instalou nas crianças de sete anos por todo o mundo há alguns anos com o fenômeno japonês do Pokemon, assim como com o também japonês anime, a indústria cinematográfica indiana, Bollywood, e muitas outras contribuições de outras culturas, as quais enriqueceram a nós e a outros. Isto sem mencionar a comida tailandesa ou a possibilidade de ouvir músicas gravadas em praticamente todas as línguas faladas no planeta. Se as culturas permanecerem hermeticamente seladas e estáticas, elas deixam de ser culturas humanas e transformam-se em exposições de museu. A globalização nos enriquece culturalmente.
A globalização gera desigualdadeAs causas do aumento e diminuição da desigualdade são complexas, mas há uma verdade substancial na afirmação de que a globalização gera desigualdade – o diferencial de riqueza entre os países que têm economias fechadas e aqueles que praticam o livre comércio continua a aumentar. Essa não é a desigualdade que os anti-globalizadores têm em mente. No interior dos países que abriram as suas economias ao comércio e aos investimentos, as classes médias cresceram, o que significa que existe menos e não mais desigualdade, porque é imoral, e porque é contrário à civilização.
* Texto por Tom Palmer